O
despertar.
Estava ali só um animal que percorria toda a imensidão
da matéria, suas narinas eram grandes, feitas para cheirar coisas que o
ajudavam a identificar o que era perigo, seu andar de animal demonstrava
claramente que era um ser animal, sem traços humanos que o separassem dos
demais de sua espécie, suas orelhas grandes propiciavam uma audição altamente
sensitiva, e seus olhos eram de certa forma maiores, como de um primata.
Esse era o homem primordial sem qualquer traço de
sentimento, ou pensamento racional, vagava em bando, e de alguma forma com uma
fêmea de sua espécie. A natureza era selvagem e bruta, qualquer passo falso
poderia significar o fim.
No céu, todos os astros estavam próximos a ele, quase
possível observar de perto a grandiosidade do universo, planetas eram tão
grandes que pareciam uma pintura feita pelo grande criador para o apreciador
mais crítico, era belo.
Era possível visualizar o caos ainda em formação por
todo o sistema solar, toda a extensão da galáxia estava em movimento constante,
inimaginável atualmente, de pura beleza.
Vagava ele então, sem nome, sem raciocínio, nada que o
fizesse ser especial, que tivesse um propósito, a não ser que viver era uma
constate, buscar alimento, água e sanar os desejos mais animais de sua espécie.
Tudo levava a crer que não passaria de um animal além dos demais no ciclo
evolutivo.
O Senhor os observava de perto, pois na sua criação a
vida buscou até ali meios de evoluir para a sobrevivência de suas espécies e
toda a terra estava a disposição para completar a sua missão.
Ele era só em sua existência, mas vigiado em sua
divindade, o rei dos reis já havia coroado sua eximia criação mais especial, o
homem.
As árvores, a terra, o céu, o mar, eram seus
companheiros mais íntimos, coletor, se movia de espaço em espaço, para
sobreviver.
Tudo era sem cor, não existia forma, nem distância,
tudo que existia era ao mesmo tempo nada, pois tudo que existia a ele ainda não
existia, nem sentido, nem distância, nem o tempo, tudo era simplesmente inimaginável,
nada ainda havia sido imaginado, nomeado e solucionado.
No primeiro dia após a terra ter finalizado seu ciclo,
chuvas vieram, e com ela raios, toda a terra estava sendo regada, o ser animal irracional
estava em uma caverna, no centro da terra, e ao ouvir o estrondo da tempestade se
escondeu. Quando a chuva cessou o animal saiu para beber água e viu uma árvore
em chamas que havia sido atingida por um raio, ele ainda não tinha visto o fogo,
nem sentido seu calor além do sol que o aquecia pelo dia. O fogo refletia em
seus olhos, e o universo voltou seus olhos para a terra.
Toda a terra parou, todo o sistema solar, as galáxias
e o universo pararam, nada se movia, nem rio, nem mar, os pássaros pararam de
voar, o vento havia cessado para agraciar aquele momento.
Aquele pequeno planeta era então observado pelo Grande
Olhos Divino, O Logus criador observava sua criação que a partir daquele
momento pensou.
- O que é isso? Provavelmente tenha pensado o homem
que a partir daquele momento raciocinava.
O homem se viu homem e viu que tudo então tinha cor, o
brilho do sol, a visão dos planetas, o branco da lua, a incandescência do fogo,
o bege da relva, a transparência da água, o verde das folhas, tudo era sublime
aos olhos do homem. O homem havia despertado de seu profundo sono de irracionalidade
e ignorância.
Depois de sete dias e de ter descansado Deus desceu veio
ver sua criação, anjos estavam enfileirados, e bilhares e bilhares de anjos
cantavam com trombetas. Doze anjos estavam a frente do trono de Deus, tudo era
puro e brilhante.
Veio o homem então ao encontro de Deus, o ser criado
reconhecia seu ser criador com naturalidade sem medo.
O homem ainda não falava, e nem sabia qualquer tipo de
língua, Deus então veio em sua mente, e disse.
- Abençoado seja o homem, você e toda a geração que
virá depois de você, a partir de hoje seu nome é Adão.
Adão então se ajoelhou e com a face ao chão louvou a
Deus, pois não era possível ver a face do Senhor, nem seu trono, nem a face de
nenhum dos anjos, tudo era tão quente, como a superfície do sol.
Adão então perguntou o nome de Senhor, e o Senhor disse
seu nome a Adão.
Anjos trouxeram um cordeiro e sacrificaram ao Senhor pois
ali Adão havia conhecido seu Criador.
Tudo era belo e novo para Adão, e a primeiro nome que
adão deu a Terra foi Éden e Senhor viu que o nome era bom. Deus fez nascer duas
árvores no centro da Terra, a árvore da vida e a árvore do bem e do mal. Adão
era coletor, não comia carne, pois todo o Éden alimentava Adão.
Anjos andavam com Adão, começou ele a dar nome a todas
as coisas, a pedra, a água, as árvores, o mar, tudo Adão deu nome, e conforme caminhava
pela terra dava nome as coisas. Umas das tarefas de Adão era nomear os animais,
e o anjos vieram até ele e deram um pedaço de couro da toupeira gigante para
ele, assim Adão poderia memorizar os nomes que dava aos animas, enquanto os desenhava
os nomeava e memoriza todos os animais da terra.
E o Senhor apresentou o Adão a sua mulher e o homem a
chamou Eva, Anjos então o casaram, sob a presença do Senhor, ambos viviam nus,
pois eram inocentes e não sentiam vergonha.
Adão tinha uma fêmea primitiva de sua espécie
irracional que vivia no Éden, e ela a despertara para a racionalidade, o
sentimento ainda não havia aparecido no Éden, ou seja, na terra, mas esta sentiu
ciúmes de Eva.
Adão teria vivido 1000 anos com Eva caso não tivessem feito
o que o Senhor dissera para não fazer.